Momentos Sensuais

Estranha sensação. Não sei se acontece com vocês.
São períodos onde somos mais admiradas, mais cortejadas.
Parece que em um determinado momento somos mais notadas que em outros e isso ocorre naturalmente, no momento em que paramos em um farol no trânsito e somos olhadas, no shopping, no supermercado, na festa, no clube, na piscina do prédio...
Já me perguntei algumas vezes qual o motivo de ser totalmente ignorada em alguns períodos e ser tão assediada (no bom sentido) em outros?
Penso que em alguns momentos estamos mais dispostas para permitir esse assedio e em outros momentos não, mas o que me faz pensar sobre isso é o fato de gostar que isso aconteça.
Não que me sinta o último waffer do pacotinho, mas não posso negar que me faz um bem terrível para o ego.
Olha, vamos deixar claro:
Esses momentos ficam só na troca de olhares, nada mais que isso. E é o suficiente para dar um brilho no olhar, um bem-estar delicioso.
Mas qual o motivo de ser totalmente ignorada em outras "fases".
Não me deixo levar pelas explicações de "feronômios" ou "caça e caçador" ou "instinto animal".
Sou mais instintiva.
Fase da lua, talvez?
Isso acontece com todas? Contem situações que já aconteceram com vocês.
Tenho visto que o número de visitantes ao blog tem aumentado, mesmo que discretamente mas sinto uma certa timidez em que todas participem.
Vamos. Este espaço é de todas.
Libertem-se e liberem-se para escrever.

Sedução

A escolha por si só já é prazer
Um jogo de seduzir,
E quando tem volta,
Percebe-se claramente.
Um olhar, um jeito diferente.
Coisa de cheiro,
Química de pele,
Arrepia se tocar.

Passa um calor pelo corpo
Faz perder o ar... Como é bom!
Faz disparar coração
E arrebenta o aparelho de pressão.
A sedução só não diz
Quem sabe como fazer
Sem regra de professor
Quem sabe ser aprendiz.

Pois armas de cada um
São usadas pelo instinto:
Cruzar pernas,
Virar pescoço,
Jeito de mexer cabelo,
Passar a língua nos lábios,
Não dá para resistir,
Por mais que se pense pecado,

O diabo faz das suas,
Encaminha às diabruras,
De pensar já arrepia,
Não de medo, de receio,
De encarar já seduzido,
Conquistado, escolhido,
Nem dor dá na consciência,
Vem, vem pecar indecência...

Sol de Domingo

Um domingo de sol e toda a vontade que eu tenho é descer na piscina do prédio e tomar sol. Só isso.
Parece que o domingo exige uma reflexão comigo mesma, sem conversar, sem falar, apenas tomar sol esticada na cadeira da piscina.
Não desci com livros, revistas, jornais.
Quero ficar deitada, tomando sol, com a pele protegida por protetor solar.
Escolho um canto mais reservado, mais isolado.
Não quero ter que conversar com vizinhas, falar sobre problemas do condomínio, de empregos e empregadas ou da oferta especial do supermercado.
Estendo a toalha sobre a cadeira e me deito.
Ouço o barulho das crianças brincando, vozes conversando e eu estou em completo isolamento sentindo o sol bater na pele.
Mesmo de olhos fechados consigo saber exatamente o que se passa, pelos sons que ouço.
Com tanta agitação ao meu redor consigo ficar totalmente distante, quase em um transe só meu, com meus pensamentos e meus desejos.
Só eu e o sol.